Como ser um microempreendedor individual sem deixar o emprego?

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Uma renda extra ajuda no orçamento de qualquer família, ainda mais em épocas de crise. Pensando nisso, muitas pessoas investem em uma microempresa e realizam essa atividade em paralelo com seu emprego formal.

Dessa forma, aprender como ser um microempreendedor individual faz toda a diferença. Algumas atividades comuns são a venda de alimentos como doces para festas, almoços ou lanches, e, também, o comércio de confecções ou artesanato.

Nesse artigo, abordaremos questões essenciais para ser um microempreendedor de sucesso e formas para conciliar esse trabalho com seu emprego, além dos passos necessários para focar no crescimento do negócio. Vamos lá?

A definição de MEI

Um microempreendedor individual, também chamado de MEI, é um negócio de apenas um sócio/proprietário. Ele pode ter, no máximo, um empregado que receba o salário mínimo ou o piso da sua categoria.

Existem várias atividades que se enquadram nessa categorização, mas é preciso que a empresa tenha um faturamento de até R$ 60.000,00.

Para garantir dos direitos de MEI, é preciso pagar, mensalmente, um valor de R$ 49,00 que engloba os impostos devidos e permite ter um CNPJ e emitir notas fiscais sobre os serviços prestados ou produtos vendidos.

As vantagens de ser um MEI

Há diversas vantagens de ser MEI, quando comparamos as condições com os outros tipos de empresa, como as classificadas no simples. Um MEI consegue cobertura previdenciária, caso ache interessante, sendo possível receber auxílio-doença e, até mesmo, maternidade. Além disso, há:

  • cobrança unificada de impostos;
  • menor custo para a contratação de um funcionário;
  • segurança jurídica.

Outro benefício que vale ser destacado é a possibilidade de abrir uma conta empresarial e, até mesmo, solicitar um financiamento.

As estratégias para ter sucesso como microeemprendedor

1. Organize sua rotina

Se você tem um trabalho de 44 horas semanais e pretende ser um microempreendedor, esteja preparado para o aumento de trabalho. Para isso, você deverá ter uma rotina bem programada, definindo os horários de trabalho em seu emprego e o período que poderá ser dedicado ao seu negócio.

2. Comece pequeno

Comece atendendo nos seus horários disponíveis e, só depois de conquistar a freguesia, saia do seu emprego para se dedicar à vida de microempreendedor.

A estabilidade de um emprego de carteira assinada é fundamental a sua segurança financeira. Portanto, organize-se para que, no primeiro momento, você concilie as duas funções. Se preciso, para ajudar, pense na possibilidade de contratar um funcionário.

A revista Exame listou 12 tipos de negócio nos quais você pode trabalhar apenas no final de semana; leia a matéria e se inspire.

3. Faça o que gosta

Como trabalhará mais horas por semana, é essencial que você faça algo que lhe dê prazer. Se você gosta de cozinhar, que tal abrir uma doceria? Se gosta de arrumar a bagunça dos outros, ser um organizador de ambientes pode ser uma boa ideia.

Quem é jornalista pode publicar matérias em revistas ou jornais! São muitas as possibilidades para quem quer abrir um negócio e começar a investir na vida de microempreendedor.

4. Faça uma pesquisa de mercado

Antes de abrir seu negócio, faça uma pesquisa de mercado. Converse com as pessoas da região para saber se seu serviço será bem recebido por elas. Conheça seus concorrentes e faça um benchmark do que é oferecido no mercado. Com essas informações, defina quem é seu público-alvo, conhecendo:

  • faixa etária;
  • classe;
  • gostos;
  • preferências etc.

5. Invista na propaganda

Assim que começar seu negócio, entre em contato com pessoas que você conhece e fale sobre o que está fazendo. Uma das formas de ganhar popularidade é pelo boca a boca.

Além disso, faça postagens nas redes sociais e utilize as mídias tradicionais de publicidade — como o rádio e o jornal. Se possível, participe de feirinhas para divulgar o que você faz a um público maior.

6. Tenha um atendimento diferenciado

Receba bem todas as pessoas com as quais você faz negócios. Faça com que elas pensem em você, sempre que quiserem adquirir o tipo de produtos ou serviços que você oferece.

Ligar para desejar um feliz aniversário ou uma mensagem escrita a mão fazem toda diferença e são atitudes que ajudam a fazer de seu cliente um divulgador do seu produto ou marca.

Os passos para conseguir crescimento

Cumprir com as ações citadas anteriormente é essencial para o sucesso de um microempreendedor. Mas, para que sua empresa cresça e conquiste um mercado cada vez maior, é necessário muito mais.

Quando você estiver pronto para dar o próximo passo e trabalhar unicamente como microempreendedor, é necessário atentar-se aos seguintes pontos:

Planeje o seu crescimento

Antes de tudo, o crescimento da empresa deve ser pensado e planejado cuidadosamente. Para isso, você pode contar com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa — SEBRAE. Por meio dessa parceria, é possível aprender sobre:

  • empreendedorismo;
  • questões técnicas de planejamento;
  • finanças;
  • mercado;
  • inovação e muito mais.

Com sedes em todos os estados do país, o SEBRAE é um grande aliado dos microempreendedores que se estruturam para o crescimento.

No portal do SEBRAE você pode encontrar, por exemplo:

  • cursos e informações sobre estratégias de crescimento;
  • vídeos sobre gestão de empresas;
  • entrevistas com pessoas que tiveram sucesso empreendendo;
  • exemplos e metodologias para aplicar na sua própria empresa;
  • notícias sobre o cenário empreendedor brasileiro.

Todas essas informações são disponibilizadas gratuitamente, e, além disso, você pode participar de cursos presenciais nas cidades-sedes e conhecer outros microempreendedores como você.

Busque incentivos

Nem sempre é possível aumentar uma empresa apenas com recursos próprios. Por isso, incentivos governamentais e financiamentos podem fazer parte da sua estratégia de crescimento.

Negocie com autoridades locais incentivos de aluguel, luz ou taxa de água. Lembre-se de mostrar o que você dará em troca para a cidade: mais empregos, divulgação ou renda. Além disso, existem formas de investimento público, privado e coletivo que podem ser utilizados.

O Crowdfunding ganhou muita força nos últimos tempos. É por meio dele que muitas empresas juntam dinheiro para novos investimentos. Nesse modelo, pessoas da comunidade oferecem alguma contribuição para o negócio, em troca de algum produto ou serviço interessante para elas.

Por exemplo, um restaurante que precisa fazer uma reforma para transformar sua fachada pode oferecer almoços e lanches para os seus contribuintes.

Se a sua ideia for brilhante e houver grandes chances de sucesso, você pode buscar um investidor-anjo. Essas pessoas investem capital próprio em empresas que acreditam. Normalmente, esses investidores já precisaram de ajuda para que o seu negócio crescesse no passado e, por isso, passam esse suporte adiante.

Para conquistar um investidor-anjo, é preciso que você tenha um plano de negócios bem definido. Além do aporte financeiro, eles também são mentores para os empreendedores.

Busque parcerias

Mapeie serviços e produtos complementares aos que você oferece e busque parcerias. Se você tem uma barraquinha de venda de café em parques no fim de semana, pode combinar de oferecer seu produto próximo a uma de doces.

Empresas parceiras podem auxiliar na construção da clientela uma da outra, principalmente por meio de indicações e propaganda.

Escolha uma área que você goste e estude muito sobre ela para proporcionar a melhor experiência para o seu cliente. Entenda quais são suas necessidades e busque parcerias que possam supri-las.

As dúvidas mais comuns sobre o MEI

Ser MEI é uma excelente opção para quem quer começar o próprio empreendimento e se é isso que você deseja, devem ter surgido algumas dúvidas. Por exemplo, sendo um trabalhador com carteira assinada é possível ser microempreendedor? Vamos agora responder a essa e outras perguntas.

1. MEI pode ter carteira assinada?

É muito comum as pessoas pensarem que, pelo fato de elas trabalharem com carteira assinada em outra empresa, não podem ser microeemprendedor individual. É totalmente legal alguém que tem um emprego formal se tornar MEI e abrir o próprio negócio, enquanto trabalha para outra pessoa.

Porém, há algumas coisas que mudam nesse caso. Por exemplo, vamos supor que você seja demitido da empresa em que trabalha agora. Se isso acontecer, o seu seguro desemprego não será liberado porque entende-se que você ainda está exercendo uma atividade remunerada — no caso, o MEI. Assim, possui fonte de renda.

Outro ponto é que o recolhimento previdenciário como MEI deverá ser feito normalmente, como se você não tivesse vínculo empregatício. Dessa forma, enquanto o seu chefe desconta o INSS da sua folha de pagamento, você precisa, por conta própria, pagar os valores que são devidos a esse órgão como Microempreendedor Individual.

2. Há exceções a essa regra?

Sim. É possível que o seu contrato de trabalho não permita que você seja dono ou sócio de outras empresas. Dessa forma, antes de tomar qualquer decisão, veja no seu contrato se há alguma limitação para se cadastrar como MEI.

Esse tipo de cláusula é legal já que, em alguns casos, as empresas podem guardar certos segredos que o funcionário poderia usar para criar a sua própria empresa e fazer concorrência. Por exemplo, a receita do Guaraná Antártica é guardada a sete chaves e seria um risco qualquer funcionário com acesso a ela abrir um negócio próprio para utilizá-la.

3. É possível abrir uma empresa no mesmo ramo?

É bastante comum que um funcionário saia do local em que trabalha para abrir algo no mesmo ramo ou, no caso, que continue na empresa com um negócio paralelo. Numa hipótese como essa, é necessário pensar que você pode ser demitido por justa causa e assim, perde vários direitos como trabalhador, inclusive parte do FGTS.

Uma alternativa para esse impasse seria pedir autorização do responsável da empresa em que trabalha para abrir um negócio no ramo. Pode ser uma situação complicada, mas o diálogo é sempre a melhor opção.

4. Servidores públicos podem ser MEI?

Se você é servidor público, essa dúvida pode estar pairando na sua mente. É preciso saber que a lei proíbe determinadas condutas por parte do servidor, então, esteja atento ao que a lei permite.

De acordo com a Lei 8112/90 — o estatuto do servidor público federal —, quem ocupa função pública remunerada não poder ser dono ou mesmo acionista de qualquer empresa. Portanto, você não pode ser MEI sendo servidor público.

Alguns estados apresentam o próprio estatuto ou, no caso dos municípios, a lei orgânica. Consulte esses documentos antes de qualquer decisão.

5. E para os que trabalham em SEM (Sociedade de Economia Mista) ou Empresa Pública?

Nesse caso, estamos falando de pessoas que trabalham em empresas que são do Governo, mas que possuem capital particular. Um bom exemplo são os bancos, como Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal — respectivamente uma sociedade de economia mista e uma empresa pública.

Os funcionários de empresas desse tipo são regidos pela CLT, ou seja, são celetistas e não participam de regime estatutário. Assim, não possuem a restrição citada acima para o servidor público e podem ser MEI a qualquer tempo.

Gostou do que aprendeu nesse artigo? Já sabe como ser um microempreendedor individual? Você está pronto para conciliar seu trabalho com demais atividades? Escreva pra gente pelos comentários!