Tenho lido textos na internet que pregam uma visão apocalíptica a respeito do futuro do ensino superior. Afinal, será o fim dos diplomas universitários?
Eu mesma já afirmei que muitas faculdades ofertam cursos obsoletos para a realidade atual do mercado de trabalho. Mas daí a afirmar que não é mais necessário ou desejável fazer um curso superior, é uma visão bem exagerada.
O que dizem os pessimistas
Esses textos usam exemplos de grandes empresas que não se preocupam mais com a formação universitária na hora de contratar seus funcionários.
Também usam exemplos de grandes empreendedores como Mark Zuckerberg, que fundou o Facebook, é bilionário e não possui diploma de ensino superior.
Esquecem de comentar que Mark Zuckerberg, apesar de não ter se formado, frequentou uma das melhores universidades do mundo.
Aliás, Mark Zuckerberg criou o Facebook dentro da universidade.
Concordo que o modelo atual está em declínio e, depois de um crescimento sem precedentes, o ensino superior deverá passar por um processo de retração.
Mas é preciso especificar quem declinará e quem continuará no mercado.
Quem declinará
Ora… Se muitas instituições de ensino superior diplomam profissionais que quase nada se desenvolvem ao longo do curso, estes realmente não precisariam ter passado anos nessas instituições.
Se a pessoa sai do ensino superior da mesma forma que entrou; se ela, após um bacharelado, ocupa o mesmo cargo que teria ocupado se não tivesse um bacharelado, ela realmente não precisaria ter dedicado quatro ou cinco anos de sua vida a esse curso.
De quais diplomas estão falando quando afirmam que empresas de ponta não se preocupam com a formação superior de seus funcionários?
De fato, o modelo está se esgotando e deverá sofrer mudanças significativas em um futuro breve.
Se me permitem fazer um exercício de “futurologia”, eu diria que as instituições centradas no repasse de conteúdos deverão declinar.
Restarão apenas as que realmente desenvolvem as pessoas.
Desenvolvimento de competências no ensino superior
Daí a importância do desenvolvimento de competências que tanto defendo.
Vejamos um exemplo.
Não basta o aluno de Direito fazer provas, mesmo que dissertativas, contando ao seu professor o que é, quais são as características e o que deve conter:
- petição inicial
- mandado de segurança
- parecer
- contestação
- apelação
- reclamação trabalhista
- sentença
- outros
É necessário que ele escreva peças processuais e outros documentos e receba feedbacks específicos. É necessário que ele treine na prática.
Nesse ponto, alguns podem dizer: “Então como você defende que é possível ensinar a distância?”
Ora… Os alunos da Ambra trabalham com casos simulados e reais, para os quais produzem diversos tipos de peças processuais e outros documentos.
Eles precisam decidir como proceder, que tipo de peça produzir, etc.
E mais… Eles recebem feedbacks de professores e advogados atuantes no mercado.
De que adianta você se deslocar para uma faculdade presencial se for para “marcar x”?
A aprendizagem se dá na prática, seja o curso presencial ou online.