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Educação presencial ou online?

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Educação presencial ou online?

Devo fazer um curso presencial ou um curso online?

Será mesmo essa a pergunta a ser feita quando se pensa em realizar um curso superior?

Sim e não.

Quando a resposta é sim

Sim porque as pessoas são diferentes e nem todos irão se adaptar ao ensino online ou ao ensino presencial.

Será que alguém não se adaptaria ao ensino presencial?

Claro que sim. Eu, por exemplo, estudei a maior parte da minha vida de forma presencial, mas nem penso em voltar para a sala de aula.

Há alguns anos, eu até tentei realizar uma segunda graduação presencial, mas não aguentei.

Eu só voltaria para a sala de aula, hoje, para o doutorado ou cursos mais rápidos do que um bacharelado.

Aliás, nem cursos de línguas eu faço mais de forma presencial. Sinto-me muito mais produtiva estudando no meu ritmo.

Por outro lado, há pessoas que não conseguem se adaptar ao ensino online e não há problema nenhum nisso. Para elas, o ensino presencial é muito mais adequado e útil.

Mais uma vez darei o meu exemplo.

Se hoje nem penso em frequentar uma sala de aula presencial, com 17 anos, quando iniciei a graduação, acredito que teria sido totalmente improdutivo realizar um curso superior de forma online.

Apesar de gostar de estudar, com 17 anos, eu não tinha a maturidade que tenho hoje. Além disso, eu não tinha as mesmas limitações de tempo e responsabilidades de hoje.

Naquela época, eu tinha tempo para os deslocamentos, para debater com os colegas nos intervalos… Veja alguns entraves que geram perda de tempo do ensino presencial.

Quando a resposta é não

Voltando à pergunta inicial, a resposta também é não uma vez que essa questão não possui qualquer relação com a qualidade da formação oferecida.

Há cursos presenciais bons e ruins e há cursos online bons e ruins.

Simplesmente, há instituições de ensino que estão verdadeiramente preocupadas em ofertar um produto/serviço bom no mercado em troca de um preço justo.

Também há instituições de ensino que estão preocupadas em vender diplomas de ensino superior ao invés de formar/desenvolver as pessoas.

Essa decisão entre ensino presencial e ensino online, na verdade, não deve ser a grande preocupação de quem decide fazer um curso de graduação. Há cursos bons e ruins nas duas modalidades e cada pessoa sabe das suas preferências e limitações.

A grande questão é como identificar se o curso possui a qualidade desejada.

Essa não é uma questão simples, já que o aparente, que são prédios e demais instalações físicas, embora importantes, não são o que há de mais determinante para a qualidade do ensino.

Trazendo novamente um exemplo da minha realidade, eu optei pela Educação Waldorf para as minhas filhas, mas as escolas Waldorf não são, digamos, as mais bonitas e tecnológicas.

Nas escolas Waldorf que eu conheço, os brinquedos são de madeira, não há computadores, as instalações físicas são simples e rústicas.

Apesar disso, considerei que esse seria o método mais adequado para a personalidade delas.

Ressalto que as instalações físicas importam. O que quero dizer é que há outros fatores a serem considerados e, dependendo do contexto, mais importantes.

No final das contas, prédio não ensina, mas pode nos deixar mais ou menos confortáveis e dispostos a assistir a uma aula expositiva, por exemplo.

Se o aparente pode desviar a atenção, como identificar se o curso possui ou não a qualidade desejada?

Qualidade no ensino superior

As pessoas são diferentes e estão em diferentes níveis de desenvolvimento intelectual e profissional. O que é de alto nível para uma pessoa, pode já ser o básico para outra mais experiente na área.

Eu costumo dizer aos meus alunos que adquirir conhecimentos e desenvolver competências não é um processo simples e indolor.

Estudar é como fazer academia. Se está fácil, é hora de aumentar o peso, que não pode ser o mesmo para todos. E isso também vale para o tipo de exercício.

O que quero dizer com essa analogia é que cada pessoa deve buscar o tipo de metodologia de ensino que considera mais adequada e proveitosa para si.

Nessa busca, considero duas coisas de extrema importância:

  1. Investigue se a instituição ou o curso, seja presencial ou online, possui uma metodologia de ensino e como ela funciona.

Descubra se essa metodologia é adequada para você no seu contexto de vida atual.

Por exemplo, se as aulas forem expositivas, reflita se esse método é adequado para o seu estilo de aprendizagem. Algumas pessoas aprendem bem ouvindo, mas outras não e as aulas expositivas são verdadeiras sessões de tortura para elas.

  1. Reflita sobre o seu estilo de vida e se a instituição pretendida se encaixa nele.

Como no meu caso, com 17 anos, eu tinha tempo para me deslocar de ônibus por 50 minutos até a universidade e depois mais 50 minutos para voltar. Hoje isso seria inviável.

Naquela época, eu estava construindo amizades e contatos profissionais que trago comigo até hoje. Agora estou em outro momento da vida e já tenho uma carreira estabelecida.

Por fim, esqueça o dilema presencial x online.

No final, o que importa é se você foi bem formado ou não. Ou você acha que quem faz administração a distância só pode trabalhar a distância e quem faz administração presencial só pode compor equipes presenciais?