Série 10 anos de Direito EAD #01: É possível ensinar/aprender direito a distância?

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É comum ver debates na internet, discussões entre amigos, pronunciamentos de “especialistas” sobre a (im)possibilidade de ensinar direito a distância. Esses debates, entretanto, carecem de dados empíricos que sustentem a tese de que não é possível ensinar direito via internet. Tanto é possível que há uma década a Ambra University forma profissionais de alto nível na área do direito.

10 Textos em Comemoração aos 10 anos de Ensino de Direito Via Internet

Este é o primeiro artigo de uma série de 10 textos comemorativos aos 10 anos de formação de alto nível em direito que a Ambra University proporciona aos seus estudantes. Este primeiro texto aborda esse debate já ultrapassado, mas que insiste em permanecer vivo fundamentado em opiniões que não se sustentam em dados reais.

A Ambra University

A Ambra University é uma instituição de ensino americana sediada em Orlando – Florida que busca dar acesso à formação de alto nível a brasileiros e brasileiras que se encontram expatriados. Como forma de facilitar o acesso aos brasileiros que se encontram nos mais diversos países, a Ambra optou por ensinar em língua portuguesa e via internet.

10+ anos Ofertando Curso de Direito a Distância

Hoje, a Ambra University oferta diversos cursos entre graduação, pós-graduação e mestrado, mas o seu curso mais antigo é o Bacharelado em Direito Brasileiro. Tanto é possível ensinar direito via internet que diversas pessoas formadas pela Ambra University já realizaram a prova da OAB no Brasil e foram aprovadas. Não se trata de sorte ou de pessoas de alto desempenho, pois o padrão é que nossos graduados sejam aprovados.

Isso não quer dizer que esse seria o padrão de qualquer curso de direito EAD. Os dez anos de experiência da Ambra comprovaram que se pode ensinar direito via internet sem deixar nada a desejar na formação dos alunos, mas os cursos a distância não são todos iguais.

Qualquer pessoa que passou pelo sistema escolar sabe que as instituições de ensino presenciais não são todas iguais. Existem as instituições de ensino de alto nível, existem as medianas e existem as fracas e muito fracas. Com as instituições que ensinam a distância não é diferente. Existem as instituições de alto nível, existem as medianas e existem as fracas e muito fracas.

EaD de Massa versus EaD com foco em Qualidade

Ocorre que o EAD de massa, cujo ensino é fraco ou muito fraco, disseminou-se rapidamente pelo mundo. Esse EAD atraiu a atenção de muitas pessoas devido aos seus baixos custos. Ele popularizou a diplomação, mas não a boa formação.

Esse EAD de massa cujo foco é a diminuição dos custos buscou a automatização de tudo que fosse possível no ensino. Nesse EAD, por exemplo, as avaliações consistem, essencialmente, em questionários objetivos cujos feedbacks são previamente cadastrados e se apresentam aos alunos de forma automática. Nesse tipo de curso, um tutor (nem sempre qualificado) atende a uma grande quantidade de alunos de diversos cursos como se ficasse de plantão aguardando alguém entrar em contato com alguma dúvida que lhe seja encaminhada por escrito.

Também é comum, nesse tipo de curso, que as aulas sejam gravadas. O problema não é que as aulas sejam gravadas, pois elas trazem alguns benefícios. O problema é que o aluno não tenha contato com o professor, não interaja com ele ou interaja muito pouco.

Aulas gravadas são essencialmente expositivas, não permitindo que se estabeleça um diálogo com o professor. Elas trazem benefícios, mas devem estar inseridas em uma estratégia que crie outros canais para a aprendizagem ativa.

Conforme já mencionado, o EaD de massa busca minimizar os custos por meio da automatização do ensino. Acontece que a educação é feita por pessoas. A tecnologia deve servir para dar apoio aos professores, não para substitui-los. Na Ambra University, temos a convicção de que não é possível substituir o professor no processo de ensino-aprendizagem.

Processo de Ensino-Aprendizagem para a Qualidade da Formação

Sabemos que existe hoje uma nova categoria de “produto educacional” focada na busca de uma grande audiência que permite a diluição dos custos e a maximização dos ganhos. Trata-se do infoproduto. Você pode se perguntar como a automatização do ensino é tão ruim se muitos dos consumidores de infoprodutos estão satisfeitos.

Primeiramente, quero deixar claro que não tenho absolutamente nada contra os infoprodutos. O problema é vender um grande infoproduto dizendo que ele é um bacharelado, uma pós-graduação, um mestrado…

Nesse ponto, vamos nos apoiar na Taxonomia de Bloom para entender as diferenças entre um infoproduto e um curso superior.

A Taxonomia de Bloom foi originalmente criada para ajudar educadores a construir objetivos educacionais. Ela divide os processos de ensino em seis níveis de complexidade cognitiva. São eles: lembrar, entender, aplicar, analisar, avaliar, criar.

A taxonomia revisada em 2001, traz um quadro com duas dimensões, mas para os objetivos deste artigo, vamos focar apenas em uma delas.

O processo cognitivo mais simples é o “lembrar”, que está na base da pirâmide. Quando você assiste a uma aula gravada e responde a um questionário de perguntas simples que exigem apenas que você acesse a sua memória e obtenha a informação pronta, você está realizando o processo de lembrar.

Lembrar de um conteúdo não significa que você, no futuro, conseguirá usá-lo para resolver problemas reais.

O segundo processo cognitivo, que está acima do “lembrar” e, portanto, é mais complexo que este, é “entender”. Nesse processo, deve-se ser capaz de relacionar conteúdos diferentes.

O terceiro processo cognitivo é “aplicar”. Nesse nível, consegue-se aplicar receitas/ fórmulas tais como foram ensinadas. Seria como seguir uma receita mesmo.

O processo cognitivo que está acima de aplicar é “analisar”. Nesse nível, busca-se compreender partes de um todo e como elas se relacionam. Podemos citar como exemplo o ato de interpretar um texto. Para isso, deve-se identificar as suas principais ideias dentro do todo e como elas se relacionam para sustentar uma mensagem principal.

O processo cognitivo seguinte é “avaliar”. Toda avaliação é um julgamento, mas nem todo julgamento é uma avaliação. Avaliar é julgar a partir de padrões pré-definidos.

Como último processo cognitivo, portanto, o mais complexo, temos o “criar”. Esse processo envolve a produção de algo original a partir do relacionamento de diferentes elementos.

Algumas pessoas confundem os processos cognitivos aplicar e criar, mas eles são diferentes. Vejamos um exemplo:

O aluno é solicitado a realizar uma análise estratégica da empresa X. Ele aplica as ferramentas de análise conforme aprendeu com o professor e produz um relatório no modelo fornecido.

Outro aluno avaliou a situação concreta da empresa e percebeu que nem todas as ferramentas abordadas no curso eram adequadas para aquele caso específico. Ele selecionou as ferramentas que considerou mais adequadas e buscou outras para realizar a sua análise. Ao final, produziu um planejamento específico conforme as necessidades daquela empresa. Para isso, teve de criar alguns novos campos no modelo de formulário fornecido pelo professor.

No primeiro caso, temos um exemplo do nível “aplicar” e no segundo, um exemplo do nível “criar”.

Bons infoprodutores levam seus aprendizes ao nível “aplicar”. Infoprodutos ruins apenas transmitem conteúdos que serão lembrados, mas não servirão para aplicação prática. Chegamos ao objetivo dos infoprodutos: ensinar uma receita que deverá ser seguida pelos aprendizes em situações similares.

Bons infoprodutos chegam ao nível “aplicar” a não passam dele. Cursos superiores do tipo bacharelado deveriam estar, necessariamente, no nível “criar”, pois bacharéis deveriam ser capazes de resolver problemas complexos. Na realidade atual, bons bacharelados chegam ao nível “criar”, bacharelados medianos chegam ao nível “aplicar” e cursos fracos e muito fracos estão entre os níveis “lembrar” e “entender”.

Por que a preocupação em diferenciar os infoprodutos dos cursos superiores, especialmente o bacharelado? Porque cursos superiores de massa, que buscam minimizar a atuação dos professores, chegam a ser mais fracos do que infoprodutos. Não surpreende, portanto, que muitas pessoas falem sobre o fim do ensino universitário. Já tratei sobre isso em outro texto.

Enquanto alguns infoprodutos chegam ao nível “aplicar”, alguns cursos superiores ficam nos níveis “lembrar” e “entender”. Diante disso, não surpreende que o debate sobre a possibilidade de se ensinar direito a distancia ainda exista. Mas o problema não é esse. O foco está errado. A questão a ser debatida é COMO ENSINAR direito a distância e não se é possível ensinar direito a distância.

A Ambra University desenvolveu o CAP Method, um método de ensino que serve tanto para o ensino presencial como para o ensino a distância e que há uma década já provou que é possível ensinar direito a distância.

No próximo texto da série comemorativa aos 10 anos do ensino de direito a distância, vamos explorar melhor o CAP Method.

Conheça o Curso de Direito EaD da Ambra University, estude via internet e tenha uma formação de excelência.